Foi emitido um alerta de tsunami para partes da Rússia e do Japão depois de um sismo de 8,8 ter sido registado no Oceano Pacífico durante a madrugada desta quarta-feira, quando o dia já ia a meio naquela zona. Cerca de uma hora depois, esse mesmo alerta acabava por se confirmar.
De acordo com o serviço norte-americano USGS, o sismo registou-se a 136 quilómetros de Petropavlovsk-Kamchatsky, na remota região russa de Kamtchatka, tendo uma profundidade de 19 quilómetros. Os serviços geológicos chegaram a referir que o impacto tinha sido de 8, mas acabaram a rever em alta a magnitude do abalo.
De resto, estes são valores que se aproximam do sismo registado em 2011 no Japão, e que abalou o nordeste do arquipélago, nomeadamente a zona de Fukushima, que foi varrida por um forte tsunami. De acordo com os registos, este é mesmo o sismo mais forte desde essa altura.
Este pode mesmo vir a ser um dos maiores terramotos de que há registo, embora não atinja a dimensão do registado no Japão em 2011 e daquele que abalou o Índico em 2004, ambos acima de 9 na escala de Richter e ambos com eventos catastróficos de tsunami.
Foi o governador de Kamtchatka a confirmar a existência de um alerta de tsunami. Vladimir Solodov avisou todos os residentes daquela península para se afastarem das zonas costeiras, até porque já havia registos de uma onda com três a quatro metros em formação no mar.
O mesmo alerta foi emitido para o Japão, com a agência de meteorologia do país a avisar que são esperadas ondas até um metro, sendo que é a força do mar o que pode ser mais perigoso.
“Com base nos parâmetros preliminares de sismos, são possíveis ondas de tsunami generalizadas e perigosas”, infomrou o Centro de Aviso de Tsunami do Pacífico, operado pelos Estados Unidos.
Do outro lado, e porque as ondas de tsunami se podem formar em ambas as direções, o Havai também está a monitorizar a eventual formação de tsunamis, tendo sido emitido um alerta para partes do Alasca.
Pouco depois, e através das redes sociais, as autoridades do estado norte-americano do Havai alertaram toda a população que vive em zonas costeiras. “Tomem precauções! Ondas devastadoras de tsunami esperadas”, pode ler-se na publicação
Kamchatka faz parte do chamado Anel de Fogo, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica que afeta ambos os lados do Oceano Pacífico.
O abalo foi de tal forma grande que se lhe seguiram várias réplicas, algumas de magnitude a aproximar o nível 7 da escala de Richter. Além disso, as autoridades regionais de Kamchatka admitem que os efeitos deste grande sismo se possam continuar a sentir durante o próximo mês, esperando-se uma atividade sísmica recorrente que pode atingir os 7,5.
Outra noção da dimensão do impacto chega da Nova Zelândia, bem mais a sul, onde a agência que faz a gestão de catástrofes avisou as zonas costeiras para esperarem “correntes fortes e invulgares e aparecimentos invulgares na costa”. Apesar de não haver necessidade de evacuação, a Defesa Civil do país emitiu um alerta a pedir que a população evite as praias.
Minutos depois, e bem mais perto do local de impacto inicial, a agência de sismologia das Filipinas alertava para a probabilidade de um tsunami com menos de um metro a caminho do país.