EUA Anunciam Retaliação por Condenação de Bolsonaro, Criando Tensão na Viagem de Lula à ONU

EUA Anunciam Retaliação por Condenação de Bolsonaro, Criando Tensão na Viagem de Lula à ONU

WASHINGTON/NOVA YORK — Em um movimento que promete acirrar a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, sinalizou que o governo americano de Donald Trump prepara novas medidas, em retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O anúncio, previsto para a “próxima semana”, coincide com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova York para a Assembleia Geral da ONU.Rubio, sem citar nominalmente Alexandre de Moraes, acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de serem “juízes ativistas” e alegou que um deles tentou “impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos”. As declarações intensificam o que o governo Trump tem chamado de “caça às bruxas” contra seu aliado.A Lei Magnitsky e o Histórico de SançõesA retaliação americana não é novidade. Após a condenação de Bolsonaro, a diplomacia de Trump já havia imposto uma tarifa de 50% sobre parte dos produtos brasileiros. O ministro Moraes foi incluído na Lei Magnitsky, que, embora originalmente criada para combater violações de direitos humanos e corrupção, tem sido usada pelo governo Trump para pressionar o Judiciário brasileiro. As sanções a Moraes incluem restrições financeiras e o bloqueio de cartões de crédito.O secretário americano indicou que “medidas adicionais” estão sendo avaliadas, mas não especificou quais seriam. Ele reiterou que o julgamento do STF foi “apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial” que teria tentado atingir empresas e pessoas americanas.Reação e Impactos no BrasilA reação americana já era esperada por integrantes do governo Lula. A expectativa é de que os novos anúncios se concentrem em sanções individuais contra autoridades brasileiras, como ocorreu com Moraes e outros sete ministros do Supremo, que tiveram seus vistos americanos suspensos. Apenas os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Bolsonaro, e Luiz Fux foram poupados.Interlocutores do governo brasileiro avaliam que a imagem do Brasil perante o mundo saiu fortalecida após o julgamento. Eles veem o país como firme diante da “chantagem tarifária” da Casa Branca, uma expressão usada por Lula. No entanto, o governo reconhece o risco de sanções adicionais, especialmente aquelas que poderiam afetar o agronegócio, base eleitoral do bolsonarismo.A Viagem de Lula à ONUA Assembleia Geral da ONU é tratada como uma prioridade na agenda de Lula. O presidente, que tradicionalmente faz o discurso de abertura, pretende usar a plataforma para avançar nas negociações da COP30, que será realizada pela primeira vez no Brasil, em Belém. Em artigo recente no “The New York Times”, Lula enviou uma mensagem a Trump, afirmando que a “democracia e a soberania do Brasil não estão em pauta”, e demonstrou orgulho da “decisão histórica” do STF, que “salvaguarda nossas instituições”.

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