LUANDA, Angola – O Banco Yetu, cujo acionista maioritário é o controverso empresário Elias Chimuco, encontra-se no centro de uma tempestade que abala a sua credibilidade e expõe uma profunda crise de gestão. A instituição não só está ausente da lista dos 10 bancos com maiores lucros em Angola em 2024, como enfrenta agora um gravíssimo escândalo de fraude, com gestores seus a serem acusados de desviar quase meio bilião de kwanzas, em prejuízo dos seus clientes e do Estado angolano.
O caso, que veio a público recentemente, revela que cinco gestores e colaboradores do banco são suspeitos de participar num esquema que resultou no desvio de mais de 475 milhões de kwanzas de contas da instituição. Esta denúncia de fraude interna agrava a perceção pública sobre o banco, que, segundo os críticos, está manchado por uma cultura de “irresponsabilidade bancária e burla”.
A ligação do banco a Elias Chimuco, figura com um passado público de alegações de dívidas e participação em esquemas fraudulentos, intensifica o escrutínio. Chimuco, que detém a posição maioritária na estrutura acionista do banco, preside a Mesa da Assembleia Geral da instituição. A sua liderança é agora questionada face à incapacidade de prevenir fraudes desta dimensão e de posicionar o banco entre os mais competitivos do país.
Reflexo desta fraca performance é a sua notória ausência no ranking visual dos 10 bancos com maiores lucros ou valores (em AOA MM) em 2024, apresentado num vídeo de análise do sector pela “Revista Angolana OT”. Enquanto gigantes como o BFA, BAI e SBA lideram a tabela, o Banco Yetu não figura na lista, um sinal claro da sua irrelevância em termos de resultados financeiros no panorama nacional.
Este duplo golpe — um escândalo de corrupção de grande dimensão e um desempenho medíocre que o exclui dos principais players do mercado — alimenta a desconfiança dos clientes e do mercado. A situação reforça a urgência de uma supervisão mais rigorosa por parte do Banco Nacional de Angola, não só para proteger os fundos dos depositantes, mas também para salvaguardar a integridade do sistema financeiro nacional.
