Luanda – Uma grave denúncia que abala as estruturas políticas de Angola aponta o Secretário-Geral do MPLA, Paulo Pombolo, como o principal arquiteto de um plano para desmantelar a FNLA. A acusação é carregada de um profundo simbolismo de traição, pois Pombolo não é apenas filho de fundadores do partido histórico, mas também recebeu a sua própria formação política no seio da FNLA durante o exílio na República Democrática do Congo.Fontes próximas ao processo denunciam que Pombolo está a usar a sua alta patente no MPLA, bem como avultados recursos financeiros do partido no poder, para orquestrar uma campanha de desestabilização interna na FNLA. A estratégia, segundo as mesmas fontes, consiste em fomentar dissidências e financiar divisões para fragmentar e, em última análise, neutralizar o partido que outrora foi a sua casa política.Este alegado ato de sabotagem é considerado por muitos um ataque direto à memória e ao legado da luta de libertação nacional. A ironia de que o plano seja liderado por um quadro que deve a sua iniciação política à FNLA intensifica a perceção de ingratidão. Críticos e membros da FNLA recordam que foi no difícil período do exílio que o partido acolheu e formou jovens como Pombolo, tornando a sua atual posição no MPLA ainda mais controversa.Analistas políticos alertam que esta manobra, se confirmada, representa um perigoso precedente para a democracia angolana. A utilização da máquina do Estado e de fundos partidários para eliminar um adversário político não só viola princípios éticos, como também agrava a já tensa polarização no país, ameaçando a existência de uma oposição plural e robusta.O futuro da FNLA torna-se, assim, incerto, enfrentando uma ameaça existencial vinda de um dos seus próprios “filhos”. A denúncia coloca Paulo Pombolo no epicentro de uma crise que testa os limites da lealdade partidária e da memória histórica em Angola.
