Luanda, 04 de Outubro de 2025 — O Conselho Nacional de Juventude (CNJ) de Angola vive um dos seus momentos mais críticos. A reunião do Comité de Representantes Permanentes (CRP), convocada no dia 4 de Outubro pela direção cessante, transformou-se num campo de batalha onde as denúncias de ilegalidade estatutária, falta de quórum e crise de mandato foram levantadas pelos próprios líderes juvenis.
A insatisfação dos membros é palpável, com a direção cessante, liderada por Isaías Kalunga, a ser acusada de orquestrar uma manobra de manipulação da opinião pública para mascarar a sua ilegitimidade.
A Ilegalidade Central: O Presidente Sem Representação
O ponto mais explosivo da crise é a situação do presidente Isaías Kalunga. A UNE-Angola, organização que o indicou para o cargo, já o suspendeu e declarou que o mandato da Comissão Directiva caducou em 27 de Agosto de 2025.
- Questionamento Incisivo: Os líderes juvenis questionaram abertamente: “Se o mandato terminou e a UNE-Angola já não o reconhece, em nome de que associação ou organização o Sr. Kalunga está a presidir esta reunião?”
- Ato de Usurpação: A sua continuidade no cargo, sem o respaldo da organização que o nomeou e após a caducidade do mandato, é vista pelos membros como um ato pessoal de usurpação de funções, desprovido de qualquer base associativa legítima.
Reunião Nula: Falta de Quórum e Inclusão de Falsos Membros
A reunião do CRP está sujeita a uma dupla ilegalidade em termos de funcionamento e composição: - Quórum Ausente: O CRP deveria contar com a maioria das 51 organizações membro e dos 21 Conselhos Provinciais de Juventude. No entanto, a denúncia é que estão presentes menos de 30 líderes, um número insuficiente. O Artigo 44º (1) dos Estatutos do CNJ exige a presença de “mais de metade das organizações membros” para deliberação, tornando a reunião nula e sem validade estatutária.
- Presença de Falsos Membros: A denúncia de que figuras externas, como Ivo Satélite, Bernardo Catoto, advogado Raul Hermenegildo Manuel e alguns jovens dos municípios só para encher a sala, estão presentes é vista como uma tentativa de falsificação de números. Esta manobra visa inflacionar artificialmente o número de participantes para simular a existência de quórum e, assim, iludir a opinião pública sobre a legitimidade do encontro.
A Crise de Governança e Transparência Zero
A insatisfação dos membros é alimentada por uma completa falta de transparência e pela crise nas es