A Verdade Sobre as Declarações de Bento Kangamba: A Responsabilidade É do MPLA

A Verdade Sobre as Declarações de Bento Kangamba: A Responsabilidade É do MPLA

A Verdade Sobre as Declarações de Bento Kangamba: O MPLA Não Pode Ser Eximido de Responsabilidades
8 de Outubro de 2025 | Makamavulo News
Em um recente debate na plataforma digital Xé Agora Aguenta, o empresário e general Bento Kangamba fez declarações que, embora busquem justificar sua lealdade inabalável ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), não condizem com a realidade histórica e política do país. No contexto da crescente insatisfação com a governança do MPLA, é importante trazer à tona a verdade sobre o papel do partido e as distorções presentes nas falas de Kangamba.
“Quem me humilhou e me prendeu não foi o MPLA”
Uma das declarações mais controversas de Bento Kangamba foi afirmar que “quem o humilhou e prendeu não foi o MPLA, mas aqueles que não querem o bem do país”. Essa afirmação ignora o fato de que, em 2013, Kangamba foi preso em Angola em um processo vinculado ao regime do MPLA, acusado de burla e associação criminosa.
É importante destacar que o MPLA detém o controle absoluto das instituições do Estado, incluindo os tribunais e a polícia. Ao tentar desvincular o partido de sua detenção, Kangamba parece esquecer que, independentemente das suas circunstâncias pessoais, a responsabilização do MPLA pelo uso de suas instituições para perseguir, silenciar e manipular opositores é um fato incontestável.
“Jurei Bandeira e Defendo o Meu Líder”
O discurso de lealdade incondicional ao MPLA, representado pela frase “jurei bandeira”, revela a tentativa de justificar a perpetuação de um regime que há 50 anos governa o país sem, no entanto, proporcionar um verdadeiro desenvolvimento social e econômico. A história recente de Angola está marcada por enormes desafios, incluindo corrupção generalizada, falta de infraestrutura básica, crises de saúde e educação, e uma crescente disparidade entre as elites e a população mais pobre.
A fidelidade ao partido não pode ser usada como justificativa para ignorar os problemas graves enfrentados pelo povo angolano. Ser leal ao partido significa, de fato, assumir a responsabilidade pelas falhas na governança e pelo sofrimento contínuo de milhões de angolanos.
“O MPLA Está Há Apenas 23 Anos no Poder Real”
Kangamba também afirmou que o MPLA não está no poder há 50 anos, mas sim há 23, devido ao período de guerra civil que durou até 2002. Esse raciocínio, além de questionável, tenta desviar o foco das responsabilidades do partido no contexto pós-guerra.
É fato que o MPLA governou sem interrupção desde 1975, e a guerra civil, que foi um período trágico, não pode ser usada como desculpa para as políticas e práticas atuais. O partido, sob a liderança de José Eduardo dos Santos e agora João Lourenço, manteve-se no poder e, apesar da paz, o país nunca experimentou uma verdadeira reforma política ou econômica. O **desenvolvimento do país foi largamente comprometido por sua má gestão e falta de visão para a prosperidade sustentável.
“Bons Dias Virão, É Só Ter Paciência”
Em outro trecho de sua fala, Kangamba pediu paciência ao povo angolano, afirmando que “bons dias virão” e que o MPLA está trabalhando para resolver os problemas do país. Essa promessa já foi feita inúmeras vezes durante as últimas décadas, e os resultados continuam ausentes.
Em uma nação onde as dificuldades sociais, o desemprego e a pobreza continuam a ser a realidade de milhões de cidadãos, esperar mais “bons dias” sem ações concretas é uma forma de desconsiderar o sofrimento diário da população. O povo angolano já foi paciente por tempo demais, e não há mais espaço para esperanças vazias. O que Angola precisa, mais do que nunca, é de ações concretas para resolver seus problemas.
Conclusão: O MPLA Não Pode Se Isentar de Suas Responsabilidades
As declarações de Bento Kangamba, embora fundamentadas em um discurso de lealdade cega e defesa do sistema, não condizem com a realidade que o povo angolano vive. O MPLA, que exerce o poder ininterruptamente desde a independência, não pode se isentar das críticas e responsabilidades por suas falhas na gestão do país. Em vez de buscar esconder a verdade, é urgente que o partido e seus aliados admitam suas falhas e tomem as medidas necessárias para um verdadeiro desenvolvimento.
Angola precisa de uma renovação política e de uma liderança que ouça o povo, que não se baseie em promessas vazias, mas em políticas públicas eficazes para resolver os problemas estruturais que ainda afligem a população. O futuro de Angola não pode depender da paciência cega, mas da ação firme e da responsabilidade.

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