Antananarivo, Madagascar – Em meio aos massivos protestos da “Geração Z” que abalam Madagascar, a imagem de um oficial militar, identificado como Coronel Michael Randrianirina, ganhou destaque. A fotografia, acompanhada da citação “Não somos pagos para atirar nas pessoas e torturá-las. Eles são nossos amigos e nossos filhos”, e do apelido “L’HOMME FORT” (O Homem Forte), circulou amplamente nas redes sociais, simbolizando uma aparente dissidência dentro das forças armadas em apoio ao movimento popular.O Coronel Randrianirina pertence à unidade militar CAPSAT (Corpo de Pessoal e Serviços Administrativos e Técnicos), que desempenhou um papel crucial nos recentes acontecimentos. No sábado, 11 de outubro de 2025, membros da CAPSAT juntaram-se abertamente aos manifestantes na capital, Antananarivo, uma medida que intensificou a crise política no país.Embora a citação exata que acompanha a imagem não tenha sido verificada de forma independente em fontes de notícias convencionais, o Coronel Randrianirina fez declarações públicas com um sentimento muito semelhante. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, ele apelou a outros membros das forças de segurança, dizendo: “Vamos unir forças, militares, gendarmes e polícia, e recusarmo-nos a ser pagos para atirar nos nossos amigos, nos nossos irmãos e nas nossas irmãs”.Esta declaração, amplamente divulgada, reflete a mensagem central da citação viral e sublinha a recusa de uma parte do exército em participar na repressão aos protestos. O apelido “L’HOMME FORT” parece ser uma atribuição popular nas redes sociais, enaltecendo a sua postura de desafio ao governo.Os protestos da “Geração Z” em Madagascar eclodiram em setembro de 2025, inicialmente motivados por cortes de energia e água, mas rapidamente evoluíram para um movimento mais amplo contra a corrupção, o desemprego e a governação do Presidente Andry Rajoelina. A adesão de elementos militares aos protestos marcou um ponto de viragem, levando a um impasse político e a um aumento da pressão sobre o presidente.A situação em Madagascar permanece tensa, com a intervenção de parte das forças armadas a aprofundar a crise e a colocar em questão a lealdade das forças de segurança ao governo. A figura do Coronel Michael Randrianirina emergiu como um símbolo desta fratura e do apoio de setores militares às reivindicações dos jovens manifestantes.
