Denúncias apontam suspensões arbitrárias de pensões no INSS

Denúncias apontam suspensões arbitrárias de pensões no INSS
Luanda, 08 de outubro de 2025
Fonte: Club-K.net
Vários pensionistas angolanos denunciam a suspensão arbitrária das suas pensões por parte do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Segundo os relatos recebidos pelo portal Club-K, há casos de benefícios suspensos sem aviso prévio, mesmo após mais de dez anos de homologação dos processos.
Os reformados afetados consideram a situação “injusta e desumana”, alegando que estão a ser punidos por falhas internas da própria instituição.
“Trata-se de uma situação grave e injusta, que atinge pessoas idosas que deveriam ser tratadas com respeito e dignidade”, disse uma das fontes ouvidas.
De acordo com os denunciantes, o INSS justifica as suspensões com supostas fraudes descobertas muitos anos depois, mas os pensionistas lembram que cada processo passa por várias etapas de verificação antes da aprovação final.
“Se houve falhas, elas ocorreram dentro da própria instituição e não podem recair sobre o pensionista, que é a parte mais vulnerável”, afirmou outro reclamante.
Há também críticas à participação de empresas privadas na gestão tecnológica e administrativa do INSS, o que teria aberto brechas e vulnerabilidades no sistema.
Alguns beneficiários relatam que estão a ser obrigados a dirigir-se ao IGAPE para obter certificados que comprovem a inexistência de irregularidades — um processo descrito como “burocrático e desumano”.
As denúncias recordam ainda o contexto histórico: durante décadas, muitos trabalhadores não tinham bilhete de identidade nem contas bancárias, recebendo salários em mão.
Agora, ao atingirem a reforma, alguns veem as suas pensões suspensas com base em falhas antigas do próprio sistema público.
Os pensionistas pedem intervenção urgente do Executivo e defendem uma auditoria independente ao INSS, alegando que as suspensões violam o direito à segurança social e à dignidade humana.
Em clima pré-eleitoral, há também preocupação com o impacto político do caso, já que muitos dos afetados são militantes históricos do MPLA, com longos anos de contribuição ao país.
“Angola precisa de um INSS mais responsável, transparente e comprometido com o bem-estar dos seus pensionistas”, conclui uma das declarações enviadas ao portal.